O que aconteceu?
O INSS interrompeu o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB), que pagava bônus por produtividade a servidores e peritos. A suspensão é imediata e depende de suplementação orçamentária para voltar.
Por que isso importa
Sem o bônus, caem as análises extraordinárias, tarefas voltam à fila ordinária e agendamentos do Serviço Social fora do expediente podem ser remarcados. A tendência é de maior demora, sobretudo em benefícios por incapacidade, BPC e revisões.
O pano de fundo
Aperto fiscal e falta de fonte estável de custeio pressionam o orçamento. A promessa de reduzir a fila perde tração enquanto o governo busca recompor recursos.
Quem sente primeiro
Segurados que precisam de perícia (auxílio-doença, aposentadoria por incapacidade) e famílias de baixa renda no BPC — justamente onde a espera é mais custosa.
O que fazer agora (prático)
- Mantenha a DER protegida: a data de entrada do requerimento segue valendo para efeitos financeiros quando o direito é reconhecido.
- Acelere na via administrativa: peticionamentos pedindo prioridade legal (idosos, PcD, doença grave) e controle de prazos.
- Judicialize com critério: mandado de segurança para mora irrazoável; JEF quando a prova já estiver robusta (laudos, PPP/LTCAT, CNIS saneado).
- Antecipe prova: prontuários completos, exames seriados, relatórios de capacidade funcional e social. Diligência evitada é mês ganho.
- Comunique o cliente: explique a causa macro do atraso e apresente um plano com marcos de ação (T0/T30/T60).
A suspensão do PGB é ruído operacional, não licença para indefinição. O dever de decidir permanece; com técnica, prova organizada e estratégia escalonada, dá para reduzir o dano do tempo e garantir a efetividade do direito.



